segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ATAULFO ALVES - ETERNAMENTE SAMBA [1966]


Ataulfo Alves - Eternamernte Samba [1966]
 Lado 1:
01- Polêmica – Pout-Pourri com a participação de Carmem Costa e Regional de Caçulinha:
* Pois é (Ataulfo Alves)
* A morena sou eu (Mirabeau – Milton de Oliveira)
* Sai do meu caminho (Ataulfo Alves)
* Conte o caso direito (Valdemir – Nilton Carudo)
* Duro com duro (Ataulfo Alves)
* O vento que venta lá (Ataulfo Alves)
* Na ginga do samba (Ataulfo Alves)
02- Vassalo do samba (Ataulfo Alves)
03- Gente bem (Ataulfo Alves)
04- Quantos projetos (Ataulfo Alves – Antonio Domingos)

Lado 2:
01- Laranja madura (Ataulfo Alves)
02- Madame Fulano de Tal (Cyro Monteiro – Dias da Cruz)
03- Lenço branco (Ataulfo Alves) /
Destino da madeira – Canta: Ataulfo Alves Junior (Adelino Alves – Vargas Junior)
04- Caco velho (Ary Barroso)
05- Favela (Hekel Tavares – Joracy Camargo)
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Ataulfo Alves
Ataulfo Alves de Sousa
*2/5/1909 Miraí, MG
+20/4/1969 Rio de Janeiro, RJ


Dados Artísticos

Começou a compor por volta de 1929, quando tinha 19 anos e era diretor de harmonia do bloco "Fale quem quiser", organizado no bairro do Catumbi. Em 1933, Alcebíades Barcelos, o Bide, depois de ouvir algumas de suas composições, levou-o ao escritório de Mr. Evans, um americano, diretor da RCA Victor. Nessa reunião, Mr. Evans, entusiasmado com o que ouvia, telefonou para uma de suas contratadas, Carmen Miranda, que rapidamente veio ao encontro dos três. Ao ver o compositor, Carmem reconheceu-o de imediato, como o rapaz que trabalhava na farmácia do pai de uma amiga. Surpresa, perguntou: "mas você não é aquele moço lá da farmácia?". "Perfeitamente" respondeu ele. "Mas você não era compositor!", exclamou Carmen. "Você também não era cantora!", disse em resposta. Os dois riram muito e explicaram para Mr. Evans que se conheceram quando ela ainda se chamava Maria do Carmo e ele era apenas um prático de farmácia. Carmem Miranda escolheu e lançou no mesmo ano o samba "Tempo perdido", e logo em seguida, Almirante, lançou o samba "Sexta-feira". Passou a ser apadrinhado por Almirante e Bide. Em 1935, alcançou seu primeiro sucesso com o samba "Saudades do meu barracão", gravado por Floriano Belham pela RCA Victor. Em dezembro desse mesmo ano, o Bando da Lua gravou a marcha "Menina que pinta o sete", feita em parceria com Roberto Martins.

Começou a ganhar dinheiro desde o seu primeiro sucesso. "Naquela época um disco fazia sucesso quando vendia mil ou mais de mil cópias. Os outros compositores ganhavam $100 (cem réis) por face, mas eu, não sei porque, já comecei ganhando $200 (duzentos réis)". Foi ganhando fama. Em 1936, Sílvio Caldas gravou o samba "Saudade dela", pela Odeon e Carlos Galhardo pela Victor, os sambas "Você não sabe, amor", parceria com Alcebíades Barcelos, e "Tenho prazer" e "Não posso crer".


Em 1937, Carlos Galhardo, que seria seu maior lançador de músicas nos anos seguintes, gravou pela Odeon, a valsa "A você", parceria com Aldo Cabral, e o samba canção "Quanta tristeza", parceria com André Filho. No mesmo ano, Orlando Silva gravou os sambas "Mulher fingida", parceria com Bide, "Boêmio", com J. Pereira, e "Rainha da beleza", com Jorge Faraj. Em 1938, Odete Amaral lançou pela Victor, os sambas "Ironia" e "Não mando em mim", parcerias com Bide, e Orlando Silva gravou os sambas "Errei, erramos" e "Meu pranto, ninguém vê", este último, parceria com José Gonçalves. Passou a compor com outros parceiros além de Bide: Claudionor Cruz, João Bastos Filho, Wilson Batista e J. Pereira. Em 1939, Carlos Galhardo lançou o samba "Você me deixou", parceria com Armando Marçal, Sílvio Caldas, o samba "Já sei sorrir", parceria com Claudionor Cruz, e Ciro Monteiro, o samba "Mania da falecida", parceria com Wilson Batista. No mesmo ano, Aurora Miranda gravou o samba choro "Teus olhos", com Roberto Martins, e a marcha "Eu conheço você...", e Cyro Monteiro o samba "Oh! Seu Oscar", parceria com Wilson Batista, com o qual o compositor venceu o concurso de carnaval do ano seguinte. O nome "Oscar" era usado como gíria pelo pessoal que freqüentava o famoso Café Nice como sinônimo de sujeito tolo, ingênuo, paspalho.


Em 1940, Odete Amaral lançou o samba "Mulher de seu Oscar", também parceria com Wilson Batista, e Cyro Monteiro o samba "Sim, sou eu", ambos pela Victor. No final do mesmo ano, Cyro Monteiro lançou o samba "O bonde de São Januário", com Wilson Batista, com o qual venceu o concurso do carnaval do ano seguinte. "O bonde de São Januário" é um dos primeiros sambas que adotaram o tema de exaltação ao trabalho e condenação da malandragem sugeridos pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda, da ditadura Vargas), que na época preocupava-se com a grande quantidade de sambas fazendo apologia à vadiagem. O samba acabou inspirando uma famosa paródia (que pode ter sido do próprio Wilson Batista, um flamenguista doente) que dizia: "O bonde de São Januário/ leva um português otário/ pra ver o Vasco apanhar...".

Em 1941, fez sua primeira gravação como intérprete lançando seus sambas "Leva, meu samba..." e "Alegria na casa de pobre", esse em parceria com Abel Neto. No mesmo ano, Aracy de Almeida lançou o samba "Eu não sou daqui", e Cyro Monteiro o samba "Você é o meu xodó", parcerias com Wilson Batista. Em 1942, teve outras de suas parcerias com Wilson Batista lançadas: os sambas "Faz um homem enlouquecer", por Cyro Monteiro, e "Terra boa", por Orlando Silva. Nesse mesmo ano, estava em situação financeira difícil e, depois de oferecer inutilmente um novo samba a vários intérpretes da época, resolveu ele mesmo lançar, com o acompanhamento do seu grupo Academia do Samba e a introdução do bandolim de Jacob Bittencourt o samba "Ai que saudades da Amélia", parceria com Mário Lago. O samba foi sucesso no carnaval. Inspirado na lavadeira Amélia, que trabalhava para Aracy de Almeida e que, segundo o baterista e irmão da cantora, Almeidinha, "...lavava, cozinhava, passava, e o dinheiro que ela ganhava a gente bebia. Aquilo é que era mulher...". Ao compor a melodia para a letra de Mário Lago, modificou tanto os versos que o parceiro se mostrou descontente com o resultado. O desentendimento durou pouco, e, em 1944, os dois compuseram outro sucesso, "Atire a primeira pedra", gravado nesse mesmo ano por Orlando Silva na Odeon com tanto sucesso que foi o responsável pela única ocasião em que Mário Lago viu o parceiro de pileque no Café Nice dizendo: "Parceiro, estamos outra vez na boca do povo...".

Em 1943, compôs com Jorge de Castro o samba "Eu não sabia", lançado pelos Anjos do Inferno, e "Inimigo do samba", gravada por Orlando Silva. No mesmo ano, lançou com Sua Academia de Samba "Foi covardia", de sua autoria e "A nova aurora raiou", de Cristóvão de Alencar e Paulo Pinheiro. Em 1944, decidido a lançar suas próprias músicas, organizou o conjunto chamado "Ataulfo Alves e suas pastoras" por sugestão de Pedro Caetano. O grupo era formado por Olga, Marilu e Alda e lançou no mesmo ano, de sua autoria, os sambas "Escravo da saudade", "Laura" e "Não irei lhe buscar" e em parceria com Odilon Noronha, a batucada "Meu protetor". No ano seguinte, Orlando Silva gravou "Antes só que mal acompanhado", samba composto em parceria com Benedito Lacerda. Com Suas Pastoras, lançou, entre outras, a canção "Fogueira do coração", parceria com Torres Homem, e o samba "Mártir do amor", com David Nasser. No mesmo ano, passou a gravar com Suas Pastoras na Victor, onde estreou com os sambas "Boêmio", parceria com J. Pereira, e "O negro e o café", parceria com Orestes Barbosa.

Em 1946, gravou com Suas Pastoras os sambas "Nunca mais", de Nelson Lucena e Sebastião Cirino, "Boêmio sofre mais", de sua parceria com Floriano Belham, e "Para que mais felicidade", outra parceria com Mário Lago. Em 1947 lançou com Suas Pastoras, de Sebastião Cirino e J. Portela, o samba "Audiência ao prefeito", e de sua autoria, o samba "Sonhei com ela". No mesmo ano, lançou com Suas Pastoras seu samba "Infidelidade", com Américo Seixas, que também foi gravado pelo cantor Déo na Continental no ano seguinte.

Em 1948, gravou com o grupo Ataulfo Alves e Seu Estado Maior a marcha "Boca de fogo", parceria com José Batista, e o samba "O castigo que te dei", parceria com Geraldo Queiroz. No ano seguinte, gravou os sambas "Vida da minha vida", de sua autoria, e "Banco de réu", de Djalma Mafra. A década de 1950 foi marcada por composições cuja temática era a fossa, a "dor-de-cotovelo". Sua música encaixava-se dentro desse espírito. "Nas viagens que faço pelo Brasil, ouvindo cantigas da roça, às vezes ouço alguma que de certo jeito parece com um samba meu; acho que guardei na memória, sem saber, muita toada da roça e isso tem influência no meu samba; é por isso que ele é assim triste", dizia ele.

Em 1950, Dalva de Oliveira gravou com sucesso o samba "Errei sim", que participou literariamente da polêmica Dalva versus Herivelto Martins. Em 1953, gravou com Linda Batista o samba "Balança, mas não cai", de sua autoria. No mesmo ano, Dalva de Oliveira gravou o samba "Fim de comédia", também inserida, embora tardiamente, na polêmica pública motivada pelo desquite de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Em 1954, participou do show "O samba nasce do coração", realizado na Boate Casablanca, Urca, bairro do Rio de Janeiro. O show foi realizado com a preocupação de revitalizar o samba, desbancado pela invasão da música estrangeira. Nesse espetáculo lançou um de seus maiores sucessos, "Pois é", que motivou o pintor José Pancetti a pintar um quadro inspirado no samba. O pintor ofereceu a obra ao autor que, em gratidão, compôs "Lagoa serena", com J. Batista. Pancetti, comovido, pintou então um quadro com esse título, comunicando por carta que a tela por direito e justiça pertencia também ao sambista. Foi o início de uma grande amizade. Ainda em 1954, gravou pela Copacabana os sambas "É hoje", parceria com Valdemar de Abreu, e "Doeu", de Ricardo Galeno. Em 1955, gravou com Suas Pastoras o samba "Pois é", pela Sinter. Nesse ano, seu samba "É hoje" foi escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares do carnaval daquele ano. Ainda em 1955, foi escolhida pelo crítico Silvio Túlio Cardoso através da coluna "Discos populares" escrita para o jornal O Globo como o "melhor compositor do ano" recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Goldem Room do Copacabana Palace. Em 1956, gravou com Suas Pastoras dois sambas de sucesso, ambos de sua autoria, "Atire a primeira pedra" e "Leva meu samba". Na Sinter, lançou ainda em 1956, o LP "Ataulfo Alves e suas pastoras". Também em 1956, compôs o nostálgico samba "Meus tempos de criança", com lembranças de sua infância feliz em Miraí. Em 1957, voltou às paradas de sucesso com o samba "Vai, vai mesmo", que se tornou um dos sambas mais cantados do carnaval de 1958 e uma das raras músicas carnavalescas de Nora Ney. Ainda em 1957, compôs com Claudionor Cruz o samba "Sei que é covardia". Também no mesmo ano, participou com suas pastoras do programa "Clube do samba" na Rádio Nacional. Na ocasião, a coluna "Nós, os ouvintes" do jornal O Globo sobre rádio e TV assim comentou essa participação: "De Ataulfo ouvimos, além de "Mulata assanhada", que é dos melhores sambas do carnaval do corrente ano, um outro samba que diz "Adeus Grajaú, vou sambar lá em Bangu". Em 1958, gravou na Odeon os sambas " Vai, mas vai mesmo", de sua autoria e "Chorei, penei", de Agenor Lourenço e Geraldo Barbosa.

Em 1961, participou da caravana organizada por Humberto Teixeira para divulgar a música brasileira na Europa. "Numa boate em Estocolmo entrei em cena sozinho, como estava ensaiado. Antes que começasse a falar, algumas vozes começaram a cantar: "nunca vi fazer tanta exigência...". Senti um nó na garganta, sem saber o que fazer. Aí lembrei-me do Chico Alves, que me dizia que nessas horas era bom se contrair todo e fazer figa. Assim que pude, peguei o violão e comecei a cantar "Amélia", com todos me acompanhando. Quando saí do palco, chorei de emoção". Na volta da excursão, fundou sua própria editora, a ATA (Ataulfo Alves Edições), passando a editar suas próprias composições. Nessa época, resolveu passar a se apresentar sozinho, sem suas pastoras (cuja formação então era Nadir, Antonina, Geralda e Geraldina).

Em 1962, gravou "Na cadência do samba", com Paulo Gesta, outro grande sucesso. Em 1964, depois de realizar temporada de shows no Top Club, no Rio de Janeiro, sentiu-se mal de sua úlcera no duodeno. Em 1965, durante show na Boate Casablanca, decidiu passar para o filho Ataulfo Júnior o título de "General do Samba" e seu simbólico lenço branco. Em 1966, viajou para a África a fim de representar o Brasil no 1º Festival Internacional de Arte Negra, em Dakar, no Senegal. Prestou, nesse ano, um histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som - MIS, do qual resultou um LP biográfico, editado pelo museu, em 1969, logo depois de sua morte. No depoimento, coordenado pessoalmente pelo diretor do MIS, R. C. Albin, o compositor apresentava dois sambas ainda inéditos: "Laranja madura", que logo se tornaria sucesso e "Nem que chova canivete".

Em 1967, voltou a aparecer com várias gravações do samba "Laranja madura". O mesmo MIS, aliás, editaria, também em 1969, mais uma homenagem a Mestre Ataulfo, o LP gravado ao vivo na Boate Drink, em que Helena de Lima, Adeílton Alves e Luperce Miranda registraram mais de 40 composições do sambista, disco idealizado por R. C. Albin e produzido por Ary Vasconcelos.

A década de 1960 trouxe o impacto do iê-iê-iê e da bossa nova. Gostava dos novos movimentos, assim como os jovens gostavam de sua música. O próprio Rei do iê-iê-iê, Roberto Carlos, gravou na época "Ai que saudades da Amélia". Antes de falecer, compôs ainda, com Carlos Imperial, os sambas "Você passa eu acho graça", "Você não é como as flores" e sua última música, "Mandinga", concluída pelo parceiro e gravada por Clara Nunes, pela Odeon. Seu parceiro, Mário Lago, declarou certa vez: "O samba de Ataulfo tem um negócio qualquer. Parece mineiro andando no meio da estrada, meio fingindo que não quer ir, e indo. Tem um balancinho gozado, diferente, como mineiro na estrada".

Em depoimento a Rádio Eldorado, no final da década de 1980, Chico Buarque diria que seu samba "Quem te viu, quem te vê" fora influenciado pelo ritmo de Ataulfo Alves. A Som Livre, também ao final da década de 1980, começo de 1990, lhe dedicou todo um LP cantado por grandes intérpretes de então.

Em 1995, comprovando a perenidade da obra do sambista mineiro, o cantor e compositor paranaense Itamar Assumpção gravou o CD "Ataulfo Alves por Itamar Assumpção - pra sempre agora". Em 1999, por ocasião dos 90 anos de seu nascimento, foi homenageado com uma série de quatro shows realizados no Centro Cultural Banco do Brasil. Dividido em quatro sessões temáticas: "Meus tempos de criança", "Ataulfo, um Rei dos carnavais", "Meu drama" e "Na cadência do samba". O primeiro show, "Meus tempos de criança", foi com Ataulfo Alves Júnior e Áurea Martins e contou com instrumental de Marcello Gonçalves, Henrique Cazes, Beto Cazes e Paulino Dias. Já "Ataulfo, um Rei dos carnavais", contou com Monarco e o grupo vocal As Gatas, com o mesmos quatro acompanhantes do show anterior. O terceiro show, "Meu drama", foi cantado por Zezé Gonzaga e José Luiz Mazziotti, com acompanhamento de Itamar Assiere, Omar Cavalheiro e Oscar Bolão. O quarto show, "Na cadência do samba", contou com Elza Soares e Roberto Silva acompanhados por Marcello Gonçalves, Haroldo Cazes, Oscar Bolão e Humberto Araújo. Em 2003, teve o samba "Você passa eu acho graça" regravado por Martinho da Vila. Em 2009, foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras no projeto "MPB na ABL" apresentado no Teatro R. Magalhães Jr., daquela entidade, com o show "Ai, que saudades de Ataulfo" apresentado por seu filho Ataulfo Alves Jr. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin a caixa "100 anos de música popular brasileira" com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 3 estão incluídos seus sambas "Atire a primeira pedra", com Mário Lago, e "Leva meu samba" na interpretação de Zezé Gonzaga e As Gatas; "Ai que saudades da Amélia", com Mário Lago, e "Oh, Seu Oscar" e "O bonde de São Januário", com Wilson Batista, na interpretação de Gilberto Milfont e As Gatas.
Memória da MPB (DICIONÁRIO DE CRAVO ALBIN DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA)

FONTE: http://www.dicionariompb.com.br/ataulfo-alves/dados-artisticos

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