quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OS DEMÔNIOS DA GAROA - ÓI NÓIS AQUI TRA VEIS [1969]


Os Demônios da Garoa - Ói Nós Aqui Tra Veis [1969]
1 - Felicidade
2 - Time Perna de Pau
3 - Ói Nóis Aqui Tra Veis
4 - Mulher, Patrão E Cachaça
5 - Vim Te Ver
6 - Maxi Mini-Saia
7 - Vila Esperança
8 - Não Quero Entrar
9 - Você Passa Eu Acho Graça
10 - Timão
11 - Estou Ficando Louco
12 - Seleção de Sambas: Pegando Fogo - Nós, Os Carecas - Serenô - Felicidade - Eu Vi Um Leão - Nega do Cabelo Duro - Helena, Helena - Exaltação À Bahia.


Demônios da Garoa - Conjunto vocal e instrumental.

Dados Artísticos 

O grupo foi formado no começo dos anos 1940 em São Paulo contando com as participações de Francisco Paulo Gato, nascido em São Paulo, em 1933, no tantã; Artur Bernardo, nascido em São Paulo, em 1929 e falecido na mesma cidade em 25/2/1990, no violão; Arnaldo Rosa, nascido em São Paulo, em 1928 e morto também em São Paulo, em 11/2/2000, vocal e ritmo; Antônio Gomes Neto, o Toninho, nascido na cidade de Jaú, SP, em 1928, e falecido em São Paulo em 27/2/2005, violão tenor, e Cláudio Rosa, natural de São Paulo, tendo nascido em 1933, pandeiro.

Tornou-se um dos mais famosos grupos vocais e instrumentais da história da música popular brasileira. Sua atuação ficou marcada pelas interpretações originais das músicas de Adoniran Barbosa, com um sotaque tipicamente paulistano. Começou com o nome de Grupo do Luar, tocando em festas, serenatas e encontros familiares, principalmente no bairro paulistano da Mooca. Em 1943, venceu um concurso de calouros na Rádio Bandeirantes recebendo como prêmio um contrato com as Emissoras Unidas (Bandeirantes, Pan-americana, Record e São Paulo). Foi nessa ocasião que o radialista Fernando Leporace sugeriu que o grupo se chamasse Demônios da Garoa, numa homenagem à capital paulista, cujo clima, propenso a chuvas finas, lhe conferiu o título de Terra da Garoa.


Em 1950, o grupo foi contratado pelo selo Elite Special e gravou dois discos. O primeiro com o baião "Não tenho pressa", de Mário Vieira e Juraci Rago, e o jongo "Nega benzedeira", de José Assad "Beduíno". No segundo disco registraram o balanceio "Siri malvado", de Jair Gonçalves, e o maracatu "Rio Verde", de Antônio Diogo e Juraci Rago. Em 1951, ganharam notoriedade ao se consagrarem campeões do carnaval paulista com o samba "Malvina", de Adoniran Barbosa. Nesse ano, gravaram com a cantora Neide Fraga a marcha "Quando chega o Natal", de Sereno. Ainda no mesmo ano lançaram o samba "Tenho razão para chorar", de José Roy, Gentil Castro e Clóvis Mamede, e as marchas "Pobre colombina", de Maugéri Neto, Maugéri Sobrinho e Clóvis Mamede; "Guaratinguetá", de Avaré e Luiz Soberano, e "Dança da cabra", de Juraci Rago e Antônio Diogo, além do baião "Remador", de Hélio Sindô e Osvaldo da Silva Melo, e o choro "Cidade do barulho", de Sereno. Em 1952, gravaram o samba "Que mal eu fiz", de Mário Sena, e a toada "No rancho da saudade", de Maugéri Neto e Maugéri Sobrinho. Nesse ano, voltaram a encontrar o compositor Adoniran Barbosa, de quem lançaram no ano seguinte o samba "Joga a chave", de Adoniran Barbosa e Osvaldo França, com o qual venceram o carnaval paulista de 1952. Nesse ano, gravaram o tema "Mulé rendeira", para a trilha do filme de Lima Barreto, "O cangaceiro". Ainda em 1953, foram contratados pela Odeon e lançaram com Homero Marques o baião "Mulé rendeira", de motivo popular, e sozinhos, o samba "Pai Tomás", de Antônio Diogo e Jorge Rago. Nessa época, já haviam adotado o sotaque popular, com erros gramaticais e expressões divertidas, que se adaptaram fortemente às músicas de Adoniran Barbosa. A inspiração veio do estilo de falar dos engraxates da Praça da Sé. Expressões características como "quais, quais, quais", "caliscuscais", entre tantas outras, colocadas em meio às interpretações, deram ao grupo uma identidade inconfundível, que acabou dando fama ao chamado "samba paulista", que conquistou expressão e sucesso nacional.

Em 1954, lançaram dois de seus grandes sucessos: "Saudosa maloca", de Adoniran Barbosa e "Samba do Arnesto", de Adoniran Barbosa e Alocin, que foram cantados no programa de Manuel de Nóbrega na Rádio Nacional de São Paulo e gravados no ano seguinte. Ainda em 1955, gravaram outro samba de Adoniran Barbosa que obteve bastante sucesso, "As mariposas". Em 1956, mais um sucesso com uma composição de Adoniran Barbosa, o samba "Iracema". Também nesse ano, gravaram os sambas "Apaga o fogo Mané", de Adoniran Barbosa, e "Quem bate sou eu", de Adoniran Barbosa e Artur Bernardo. Em 1957, lançaram o samba "A lei di inquilinato", de Lino Tedesco, e a valsa "Antônio Santo", de Aloísio Gomes e Hélio de Alencar. Ainda nesse ano, lançaram o primeiro LP "Saudosa maloca com Os Demônios da Garoa nos sambas de Adoniran Barbosa", no qual interpretaram oito composições de Adoniran Barbosa, "Saudosa maloca"; "Apaga o fogo, mané"; "Iracema"; "Um samba no Bixiga"; "O samba do Arnesto", com Alocin; "Quem bate sou eu"; "As mariposas" e "Progréssio (Conselho de mulher)", com Oswaldo Moles e J.Belarmino dos Santos.

Em 1958, lançaram a valsa "O parque chegou", de Lino Tedesco e Lis Monteiro; as marchas "Harém do Maomé", de Arnaldo Rosa e Lino Tedesco, e "Mata-borrão", de José Saccomani e Benedito Lobo, a canção "Presente de Páscoa", de Lino Tedesco, e os sambas "Promessa do Jacó", de Américo de Campos, e "Bem feito", de Sereno. Gravaram mais dois sambas de Adoniran Barbosa: "Abrigo de vagabundos" e "Pafunça", este último de Adoniran Barbosa e Osvaldo Moles. Também no mesmo ano, o grupo participou do filme "Vou te contá", de Alfredo Palácios. Ainda em 1958, saiu pela Odeon o LP "Demônios da Garoa" que além de músicas lançadas em discos de 78 rpm incluiu ainda as composições "Maloca dos meus amores", de Canarinho, "A lei do morro", de Jorge Duarte e S. Morais, "Lenço na molera", de Elzo Augusto, "Malvina", de Adoniran Barbosa, "Bem feito", de Sereno, "Deixa que vá", de Fernando Guilhermoni e Antônio Batista, "Cidade do barulho", de Sereno e H. Nicolini, "Um samba diferente", de J. Gonçalves e F. Pires, "A lei do inquilinato", de Lino Tedesco, e "Joga a chave", de Adoniran Barbosa e Osvaldo França. Em 1959, gravaram os sambas "No morro da Casa Verde", de Adoniran Barbosa, e "Abaixo assinado", de Elzo Augusto. Nesse ano, atuaram no filme "Dorinha no society", de Geraldo Vietri. Ainda no mesmo ano, lançaram o LP "Pafunça" no qual interpretaram as músicas "Pafunça" e "Dor de "Catuvelo", de Adoniran Barbosa e Osvaldo Molles, "Abaixo assinado" e "Samba de gaiato", de Elzo Augusto, "No morro da Casa Verde" e "Abrigo de vagabundos", de Adoniran Barbosa, "Izidora", de Arthur Bernardo, Arnaldo Rosa e Jorge Costa, "Não mande a geada não", de Maria do Céu, "É da banda de lá", de Irvaldo Luis e Peteleco, "Não vou chorar", de Canarinho, "É você que tem", de Guerra Peixe, e "Presente de Páscoa", de Lino Tedesco. Em 1960, gravaram os sambas "Tu te dá má", da dupla Venâncio e Corumba, e "Já tem dono", de Dênis Brean e Osvaldo Guilherme. No ano seguinte, registraram o samba "Não emplaca 61", de Monsueto Menezes e Ari Monteiro, e a marcha "Não chore pierrô", de Alfredo Borba e Paulo Bergamasco. Também em 1961, gravaram o LP "Demônios em sambas infernais" que incluiu os sambas "Saudosa maloca" e "Iracema", de Adoniran Barbosa, "Olha o gato", de Lauro Maia, o clássico "A voz do morro", de Zé Keti, "Tu te da má", de Venâncio e Corumba, "Um copo uma garrafa um pente", de Arthur Bernardo, "Barracão", de Ari Carvalho e Ari Borges, "Não emplaca 61", de Monsueto e Ari Monteiro, "Ponto de interrogação", de Ciro de Souza e Marino Pinto, "Eu quero um samba", de Haroldo Barbosa e Joel de Almeida, "Já tem dono", de Denis Brean e Osvaldo Guilherme, e "Não bobeia Kalamazú", de Caco Velho e Nilo Silva. Em 1962, o grupo passou por uma primeira alteração, com a saída de Francisco Paulo Gato, substituído no tantã por Roberto Barbosa, nascido no Espírito Santo do Pinhal, SP, em 1938. Com a chegada da bossa nova, o conjunto experimentou um certo declínio mas gravou pela Philips em 1963 os sambas "Vou caminhando", de Bransini, Înigo e Arnaldo Rosa, e "Ao nascer do sol...", de Carlos Rigual, Mário Rigual e S. Moraes. Em 1964, veio o sucesso definitivo do grupo, com a antológica "Trem das onze", de Adoniran Barbosa, vencedora do I Prêmio de Músicas Carnavalescas do IV Centenário do Rio de Janeiro. No ano 2000, em pesquisa feita pela TV Globo, a música foi incluída entre os 10 maiores sucessos da música popular de todos os tempos. A música também foi incluída no disco em comemoração ao IV Centenário, lançado pela Chantecler. Ainda em 1964, saiu pela Chantecler o LP "Trem das onze", que além do samba que deu título ao disco incluiu mais quatro composições solo de Adoniran Barbosa: "Saudosa maloca", "Iracema", "Abrigo de vagabundos", e "As mariposa", além de outras três feitas por Adoniran Barbosa em parceria: "Prova de carinho", com Hervé Cordovil, "Conselho de mulher (Progréssio)", com Osvaldo Molles, e "Samba do Arnesto", com Alocin. Também foram incluídos no LP os sambas "Chum-chim-chum", de Heitor Carillo, "Lenço na molera", de Elzo Augusto, "Barracão pegou fogou", de Ari Carvalho e Ari Borges, e "A promessa da Jacó", de Américo de Campos. Em 1965, o grupo passou por nova alteração com a entrada de Ventura Ramirez, nascido em Mombuca, SP, em 1939, no lugar de Artur Bernardo, no  violão. No mesmo ano, o grupo lançou pela RCA Victor o LP "Eu vou pro samba" que registrou as composições "Eu vou pro samba", "Luz da Light", "No morro da Casa Verde", e "Quem bate", de Adoniran Barbosa, a regravação de "Pafunça", de Adoniran Barbosa e Osvaldo Molles, "Tristeza em Maracangalha" e "Bem feito", de Sereno, "Quatro velas", de Sereno e Hubaldo Silva, "Batendo no burro", de Pedro Caetano e Alexandre Dias Filho, "Adeus Cantareira", de Frederico Rossi, e "Deus te abençoe", de Peteleco, além do clássico samba-canção "Isaura", de Herivelto Martins e Roberto Roberti. Em 1968, gravaram o LP "Leva este", pela Chantecler, interpretando as músicas "Benedita lavadeira", de Ivan Pires e Doca, "Mimoso colibri", de Hervé Cordovil e Osvaldo Molles, "Samba do crioulo doido", de Sergio Porto, "Já fui uma brasa", de Adoniran Barbosa e Marcos César, samba que fazia uma crítica ao grande sucesso da Jovem Guarda e ao esquecimento da música popular mais tradicional, "São Paulo menino grande" e "Último sambista", de Geraldo Filme, "Hora do adeus", de José Saccomani, José Nunes e Antônio Batista, "Leva este", de Ventura Ramirez, "Cabeça de prego", de Haroldo José e Osvaldo de Souza, "Casamento do Moacir", de Adoniran Barbosa e Osvaldo Molles, "Quem é vivo sempre aparece", de Adoniran Barbosa e Corvino, e "Aprenda a sambar", de Nanai. Em 1969, saiu pela Chantecler o LP "Doido varrido", com as composições "Adibinho como vai", de A. Algoes, José Saccomani e A. Rago Filho, "Você foi mais uma", de Cícero Nunes, "A maior Maria", de Waldemar Ressurreição e Gerôncio Cardoso, "Eu não lhe telefono mais", de Carlos Cézar e Queiroz, e "Fica doido varido", de Eratóstenes Frazão e Benedito Lacerda, além dos clássicos "Atire a primeira pedra", de Ataulfo Alves e Mário Lago, "Helena Helena", de Antônio Almeida e Constantino Silva "Secundino", "Ai que saudade da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago, "Não me diga adeus", de Paquito, Luis Soberano e J. C. Silva, "Praça Onze", de Herivelto Martins e Grande Otelo, "Cabelos brancos", de Marino Pinto e Herivelto Martins, e "Emília", de Haroldo Lobo e Wilson Batista.

Em 1971, o grupo lançou dois LPs pela Chantecler, no primeiro "Agüenta a mão, João", interpretaram a música título de Hervé Cordovil e Adoniran Barbosa, e ainda "Sabe", de D. Mendonça, Celso Teixeira e Dora Lopes; "Samba do João sem nome", de Ernesto de Vasconcellos Aun e Antônio de Franco Neto; "Ah! Se soubesses", de Oswaldo Guilherme e Denis Brean; "Tocar na banda", de Adoniran Barbosa; "Chora na rampa", de Oswaldo Molles e Adoniran Barbosa; "Guadalajara", de Murilo Caldas, "Praia de Iracema", de Ravel e Dom, "Eu hoje só vou pra casa amanhã", de Jorge Costa, "Roda de samba", de Marcos Kraide e Carlos Gaiad, "Cai sereno", de Raimundo Prates, e "Tuc tuc", de Antônio de Franco Neto e Ernesto de Vasconcellos Aun. O segundo LP "Sai de mim, saudade", música título de Geraldo Nunes e Victor, teve como sucessos os sambas "Isto é São Paulo", de Kázinho; "Maloca dos meus amores", de Canarinho; "Quatro velas", de Ubaldo Silva e Sereno, e "Aquarela amazônica", de Belmiro Barrela, além de "Não faço fé contigo", de J.B. da Silva, o "Sinhô". Também foram interpretadas as músicas "Ontem, hoje e sempre", de Aloísio Figueiredo, Mário Aguinaldo e José Guimarães, "Duplicatas", de Victor Simão e J. Nunes, "Izidora", de Arnaldo Rosa e Arthur Bernardo, "Canoa furada", de Aloísio Figueiredo e José Guimarães, "No tempo de Carlito", de Victor Simão, e "Bê-a-bá", de Tânio Jairo. Em 1972, ainda pela Chantecler, lançaram o LP "Eu sou de lá" interpretando os sambas "Eu sou de lá", de Itamar Aguiar, "Estrela perdida", de Túlio Piva, "Quem bate", "Luz da Light" e "Pafunça", de Adoniran Barbosa, "Pela madrugada", de Roberto Barbosa, "Sem dizer adeus", de José Cardoso do Nascimento e Arnaldo Rosa, "Rio de Fevereiro", de Círus e César, "Eu não faço guerra", de Tânio Jairo, "Paz e amor", de Roberto Barbosa, "Tarabá", de Jair Gonçalves, e "O maior dos carnavais", de Santos Dumont. No ano seguinte, saiu o LP "Abre a gira" no qual interpretaram obras de compositores que despontavam na ocasião como "Preta Pretinha", de Moraes Moreira e Galvão, e "Tudo se transformou", de Paulinho da Viola, além de "Abre a gira" e "Na Quarta-feira de cinzas", de Cacilda de Assis e Cláudio Paraíba, "O galo cantou", de Ventura Ramirez, "Vendi meu samba", de Roberto Barbosa, "Sempre só nunca mais", de José Costa e Monalisa, o clássico samba "Brasil pandeiro", de Assis Valente, e também as tradicionais composições de Adoniran Barbosa sempre presentes nos discos do grupo: "Por onde andará Maria", de Adoniran Barbosa e Raguinho, e "Malvina", "Samba italiano" e "Um samba no Bixiga". 

Em 1974, gravaram o LP "Torre de Babel", no qual interpretaram sambas como "Trem de ferro", de Lauro Maia; "Morro de Santa Tereza", de Herivelto Martins; "Boneca de pano", de Assis Valente; "Galho de arruda", de Claudionor Cruz; "É com esse que eu vou", de Pedro Caetano; "Mangueira", de Zequinha Reis e Assis Valente; "Torre de Babel", de Roberto Barbosa, e "Cidade do barulho", de Homero Nicolino e Sereno. Nesse ano, gravaram também o LP "Demônios da Garoa interpretam Adoniran Barbosa", no qual homenagearam o compositor paulista interpretando 14 composições dele: "Saudosa maloca", "Iracema", "Samba do Arnesto", "Malvina", "Luz da Light", "Quem bate", "Trem das Onze", "As mariposa", "Um samba no Bixiga" e "Samba italiano", todas de autoria solo, e mais "Pafunça" e "Casamento do Moacir", com Osvaldo Molles, e "Por onde andará Maria", com Raguinho. O disco contou com a participação especial de Adoniran Barbosa na interpretação de "Saudosa maloca". Em 1975, lançaram o LP "Samba do Metrô", cuja música título "Uma simples margarida [Samba do Metrô]", era de autoria de Adoniran Barbosa, e que tinha ainda, entre outros, os sambas " Pandeiro de prata" e "Eu não vou", de Tulio Piva; "Véspera de natal", de Adoniran Barbosa; "Asa negra", de Hélio Sindô e Adoniran Barbosa; "O trem atrasou", de Paquito, Artur Vilarinho e Estanislau Silva; "O morro", de Antônio Bruno e Lúcio Cardim, além da canção "Coração materno", de Vicente Celestino.

Em 1976, transferiram-se para o selo Alvorada e lançaram o LP "É com esse que eu vou", com sucessos como "Samba do metrô (Uma simples margarida)", de Adoniran Barbosa; "A maior Maria", de Waldemar Ressurreição e Gerôncio Cardoso; "Vila Esperança", de Marcos César e Adoniran Barbosa; "Samba do crioulo doido", de Sergio Porto; "Não me diga adeus", de Luiz Soberano, Paquito e João Correia da Silva; "Helena, Helena", de Secundino e Antônio de Almeida; "Preta pretinha", de Galvão e Moraes Moreira; "É com esse que eu vou", de Pedro Caetano; "Onde estão os tamborins (Mangueira)", de Pedro Caetano; "Emília", de Haroldo Lobo e Wilson Batista e "Praça Onze", de Grande Otelo e Herivelto Martins.  Em 1977, lançaram também pelo selo Alvorada o LP "34 anos de música brasileira", no qual interpretaram, entre outros, os sambas "Guerra dos amores", "Foi só Deus querer" e "Samba genial", de Roberto Barbosa; "Tem que ser assim", de Cláudio Rosa e Arlindo Luiz da Silva e "Último trem", de Cláudio Rosa e Itamar Aguiar.

Em 1981, lançaram pela Continental o LP "O samba continua", no qual interpretaram clássicos como "Saudosa maloca"; " Iracema"; "Pogressio"; "Trem das onze"; "As mariposas"; "No morro da casa verde" e "Samba italiano", de Adoniran Barbosa; "Samba do Arnesto", de Alocin e Adoniran Barbosa, e  "Lenço na molêra", de Elzo Augusto, além de "Vai no Bexiga pra ver", de Geraldo Filme; "Copo d'água", de Arnaldo Rosa e "Ói nóis aqui tra veis", de Joseval Peixoto e Geraldo Blota. Nesse ano, Oswaldo Barro, o Oswaldinho da Cuíca, nascido em São Paulo, em 1940, substituiu Cláudio Rosa, na cuíca.

Em 1984, Francisco Paulo Gato retornou ao grupo. Em 1985, participaram da trilha sonora da novela "Ti Ti Ti" da Rede Globo interpretando a composição "A vida é dura" com a participação de Benito di Paula em LP da Som Livre. Em 1987, Sérgio Rosa, nascido em São Paulo, em 1955, conhecido como Serginho, filho de Arnaldo Rosa, substituiu Francisco Paulo. Em 1988, Ivan Pires Augusto substituiu Ventura Ramirez, permanecendo no grupo durante seis anos. Em 1989, Sidney Cláudio Tomazzi, o Simbad, nascido em São Paulo, em 1951, substituiu Roberto Barbosa.

Em 1990, lançaram pela Copacabana o LP "Esses divinos Demônios da Garôa", que trazia entre outras, as músicas "Tiro ao Álvaro", de Oswaldo Moles e Adoniran Barbosa; "Quem cantar meu samba", de Frazão e O. Lacerda; "Marcha da espera", de Waldir Azevedo e Klécius Caldas; "Samba da criança", de Jorge Costa e Demosthenes Gonzales; "Amor de trapo e farrapo", de Paulo Vanzolini, e "Anteninha", de Artur Andrade e Adauto Santos. Na edição de 1994 do "Guiness", foi apontado como o conjunto mais antigo ainda em atividade no mundo. Em 1994, gravaram um CD comemorativo pelos 50 anos de carreira, "Demônios da Garoa - 50 anos", pela Warner/Continental. Com esse CD, receberam o Prêmio Sharp de Música e uma homenagem da cidade de São Paulo, que instituiu a Semana Demônios da Garoa. Nesse CD interpretaram músicas como "Poeta e cantor", de Fátima Leão; "Menina moça", de Fátima Leão e Dalvan; "O bigode do rapaz "Batucada", de Augusto Garcez e Roberto Martins; "Giuseppe é a crise", de Benito di Paula; "O meu jeito de amar", de Cézar e Fátima Leão, e "Marcha de espera", de Waldir Azevedo e Klécius Caldas. Nesse ano, a formação do grupo contava com Arnaldo Rosa, afoxé; Serginho, pandeiro; Antônio Gomes Neto (Toninho), violão tenor; Ivan Pires, violão 7 cordas e Sidney Tomazzi, cavaquinho.

Em 1995, lançaram o CD "Demônios da Garoa", pela Warner Music, no qual cantaram entre outras, as músicas "Vai coração", de Sarah Benchimol e Alceu Maia; "Tá delícia, tá gostoso", de Alceu Maia e Zé Catimba; Luz do teu olhar", de Oswaldinho da Cuíca, e "Quais, quais, quais", de Maurinho da Mazzei e Oswaldinho da Cuíca. Nesse ano participaram da faixa "Estação São Paulo", de Miguel Paiva, Chico Roque e Jorge Cardoso, incluída na trilha sonora da novela "A próxima vítima" da Rede Globo.

Em 1997, lançaram pela RGE o CD "55 anos de garoa", cantando " Dona da razão", de Julieta Facchini e Ventura Ramires; "Dasdô e o gato", de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos; "Abrigo de vagabundo", de Adoniran Barbosa; "Meu jaçanã", de Tatão Sales e Oswaldinho da Cuíca; "Atire a primeira pedra", de Ataulfo Alves e Mário Lago; "Leva meu samba", de Ataulfo Alves; "Madrugada sem destino", de Tatão Sales e Oswaldinho da Cuíca; "Agora é cinza", de Bide e Marçal, e "Me leva", de Serginho Beaga e Toninho Geraes. Nesse ano, o grupo passou a ter sua última formação com a presença de Arnaldo Rosa, afoxé; Toninho, violão tenor; Ventura Ramirez, 7 cordas; Oswaldo Barro, cuíca; Serginho, pandeiro e Simbad, cavaquinho.

Em 2000, o crítico Ricardo Cravo Albin incluiu a gravação de "Saudosa maloca" na coletânea "As 100 músicas do século XX", série de seis CDs com o acervo da EMI-Odeon. Em 2001, gravaram o primeiro DVD da carreira juntamente com os grupos paulistas Premeditando o Breque e Língua de Trapo em show na Via Funchal, também transformado em CD ao vivo.

Em 2002, o grupo lançou pelo selo Trama o CD "Mais Demônios do que nunca", interpretando "Fica mais um pouco amor", "Luz da Light", "Malvina", "Uma Simples Margarida (Samba do Metrô )", "Samba Italiano" e "Apaga o fogo Mané", de Adoniran Barbosa; "Já Fui uma Brasa", de Marcos César e Adoniran Barbosa; "Joga a Chave", de Osvaldo França e Adoniran Barbosa; "Mulher, patrão e cachaça", de Oswaldo Moles e Adoniran Barbosa; "Tadinho do Home", de Roberto Barbosa e Adoniran Barbosa; "Conselho de Mulher", de J. Belarmino, Oswaldo Moles e Adoniran Barbosa e "Prova de Carinho", de Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil.

Com diversas formações, os Demônios da Garoa gravaram ao longo da carreira mais de 30 discos em 78 rpm, dezenas de compactos, LPs e CDs, totalizando até o ano 2000 mais de 60 discos.

Em 2004, o produtor Ricardo Cravo Albin selecionou a gravação de "Trem das onze" para integrar a coletânea de 3 CDs do acervo da EMI-Odeon, sob o título geral de "Os pioneiros, os consolidadores e os herdeiros". Em 2009, comemorando 60 anos do primeiro disco do grupo foi lançado o CD "Demônios da Garoa e convidados" que contou com as participações de Ivan Lins, Zeca Pagodinho, Leci Brandão e Thobias da Vai-Vai. No mesmo ano foi lançado pelo Grupo Trends Tecnologia o livro "Os eternos Demônios da Garoa" do jornalista e historiador Assis Ângelo, contando a trajetória do grupo, além de esquadrinhar a discografia, a filmografia, o repertório e jingles gravados pelo grupo, além de contar casos e depoimentos. (DICIONÁRIO DE CRAVO ALBIN DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA).

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