terça-feira, 28 de agosto de 2012

PEDRO PAULO APRESENTA OS SUCESSOS VOLS. 1 e 2


PEDRO PAULO (APRESENTA DOS SUCESSOS VOL 1 - 1969)

01.Quero Um Beijo Seu (2:43)
02.Você Partiu (2:56)
03.Meia Volta (2:51)
04.Ponha No Lugar (2:13)
05.Mensagem (1:84)
06.Por Quem Estou Apaixonado (2:24)
07.Boa Noite(2:28)
08.Não Fico Mais Sem Teu Carinho (2:21)
09.Será (1:82)
10.Além de Toda a Razão (2:98)
11.Viu (2:32)
12.Eu Preciso de Carinho (1:91)
13.Nunca Leve Sua Garota ao Boliche_1966_(faixa-bônus) (2:13)


PEDRO PAULO (APRESENTA OS SUCESSOS-VOL.2_1970)

01.Maria Helena (3:43)
02.Capa De Revista (3:84)
03.Nazaré (3:41)
04.Meus Domingos Sem Você (4:38)
05.Menina Dos Olhos Tristes (3:32)
06.Meu Benzinho (Mendocino) (2:93)
07.Se Há Problema É Sò Dizer (Yakety Yak)(3:12)
08.Sozinho (5:87)
09.Não Me Deixe Nunca Mais (4:16)
10.Baby (3:53)
11.Não Diga Meu Nome (3:23)
12.Foi Tudo Em Vão (3:33)
13.Como Perdi Duas Garotas Num Minuto (3:67)
14.Deixe De Esnobar (3:35)
Pedro Paulo Carvalho

Dados Artísticos

Tragicomédia
A história musical de Pedro Paulo começou com uma tragicomédia. "Eu lembro do meu avô, coitado, sofrendo de câncer, mas nunca reclamava de dores. E eu, com 12 anos, ganhei do meu tio um violão e comecei a aprender. E eu só sabia uma música, que era um bolero, Boneca Cobiçada. Um dia meu avô me chamou e disse: ô, meu filho, será que não dava para você não tocar mais essa música?", lembra Pedrão, rindo. "Ele não se queixava das dores mas se queixava da minha interpretação", conta.

O avô morreu algum tempo depois mas o talento do músico carioca sobreviveu. Alguns anos depois, seria com uma gaita de 3cm, e não com um violão, que Pedrão daria os primeiros passos do que seria uma carreira vitoriosa. No programa de calouros de Ary Barroso ganhou a nota máxima com uma música do próprio Ary, Morena Boca de Ouro. Nessa época, fim dos anos 50, ele já pensava em se profissionalizar. "Depois desse dia todos me reconheciam. Eu era office boy e todo mundo me apontava na rua. Eu tive meus 15 minutos de glória", relembra.

Nunca leve sua garota ao boliche
Mas glória mesmo viria das noites no boliche, onde conheceu Luís Fernando, dono da Rádio Nacional. De um fato corriqueiro compôs Nunca Leve Sua Garota ao Boliche. "Eu tinha visto um rapaz que levou a namorada ao boliche e veio um outro rapaz e tomou a namorada do garoto. Então eu resolvi fazer essa música", revela.
E naquela época todos os pensamentos dos garotos alienados eram garotas. "A gente só pensava em meninas; fazia música para as meninas; trabalhava para as meninas. Tinha uns caras que entravam na luta política, mas eu era alienado mesmo. Não queria saber de nada disso", diz Pedrão.


Medalhões
Da fixação por meninas veio a música que foi levada às rádio por Luís Fernando. A música estourou e o Luís Fernando levou o músico até a gravadora CBS, que imediatamente contratou Pedrão. Veio o primeiro compacto. "Aquela era a época dos compactos simples, com uma música só", relembra. NA CBS gravaria ainda 6 discos - os outros 4 foram em outra gravadores-, alguns com músicas de destaque. Também fez parte, na década de 60, da banda Renato e Seus Blue Caps, onde subsituiu Michael Sullivan. Com a banda gravou um dos seus maiores sucesso, Playboy. "Eu nunca fui do time dos medalhões mas tive meus sucessos... meus discos ainda são vendidos na internet", afirma orgulhoso Pedro, que compôs ainda músicas como Guarde Seu Amor Para Mim, A Última Vez, O dia Em Que Você me Disse Adeus, e outras.

Em 1971 o artista resolveu mudar de rumo. Tinha presenciado o surgimento da Bossa Nova, cantando nos mesmos clubes que Roberto Carlos - quando o rei estava começando- e havia tocado nas rádios do Brasil inteiro enquanto viu a banda do Chico Buarque passar, o Geraldo Vandré falar das flores e feito parceria com Raul Seixas. Era hora de se desprender do estilo e acompanhar as mudanças do cenário musical nacional. Gravou então Domingo Tem Maracanã, em 71, já partindo para a MPB.

Boicote
A guinada não deu certo. Ele foi boicotado pela gravadora, segundo afirma, e o disco "não aconteceu". Tentaria em 81 voltar ao mercado musical com uma parceria com Paulo Coelho - Um Alguém Chamado Suzana-, mas não teve sucesso. Continuou fazendo shows, depois montou um grupo de samba show, Pedrão e a Explosão do Samba, com mulatas e passistas.

Com esse grupo fez shows em vários países, principalmente em hotéis. Em um desses shows, em Miami, no ano de 1992, viu sua vida sofrer outra mudança. "Eu vim fazer um show no Intercontinental, em Miami. Foi exatamente nos dias que o furacão Andrews passou por lá. E lá no hotel, vendo tudo devastado, eu resolvi fazer um show no lobby do hotel para levantar o ânimo dos hóspedes", lembra.
A idéia deu certo e o gerente do hotel gostou tanto que quis manter o brasileiro por aqui. "Eu disse que só tinha um jeito de ficar: se ele desse green card para mim e para minha filha", afirma.

O pedido foi atendido e durante os quatro anos seguintes Pedro tocava diariamente no hotel. Em 1996, já com a crise financeira se avizinhando, o cantor foi dispensado do hotel. Resolveu então ir à luta e buscar outros lugares para cantar. Desde então tem mostrado seu trabalho em bares e restaurantes de Miami a Delray Beach. A facilidade com idiomas lhe permitiu trabalhar com o público brasileiro, hispânico e americano. "Eu saio do forró e vou ao bolero, à MPB, sem traumas. Tenho o ouvido aberto, sem preconceito ", destaca o cantor, que mantém no seu repertório desde Dire Straits a Só Pra Contrariar, e executa os dois com a mesma dignidade. "Eu sei escolher o repertório que vai atingir o público", completa ele, que passou a gosta de salsa e merengue desde que veio morar em Miami, e também aprendeu a passear pelo repertório popular hispânico e italiano.

Assim é Pedro Paulo, que destila bom humor nas páginas do AcheiUSA esporadicamente, mas mantém a seriedade quando empunha um violão. "Mas eu brinco com o público também. De vez em quando faço uns trocadilhos", conta rindo e lembrando do dia em que, para um público americano, cantou Desafinado. "Se você disser que desafino amor, vai tomar no ... que eu nunca fui cantor", revela rindo, como moleque que sabe que fez uma travessura mas não pensa em pedir desculpas. Porque o que é feito em nome da descontração do público vale a pena. E tudo vale a pena quando a alma não é pequena, como diria Fernando Pessoa. (TEXTO:Vanusa Ramos - AcheiUsa).

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