quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CELLY CAMPELLO - ANTOLOGIA


01.Alguém é bobo de alguém
02.Banho de lua
03.Billy
04.Broto certinho
05.Broto já sabe chorar
06.Tenho tempo para amar (Participação de Tony Campello)
07.Deixe está como está
08.Estamos a fim (participação de Tony Campello)
09. Estúpido cupido
10.Eternamente (Forever)
11.Filme triste
12.Hey Ex-amor
13.Jambalaia
14.Jingle bell rock
15.Lacinhos cor de rosa
16.Meu pranto a deslizar (As tears go by)
17.Muito jovem
18.Não tenho namorado (Participação de Tony Campello)
19.O mandamento dos brotos
20.Presidente dos brotos
21.Trem do amor
22. Túnel do amor.
 
 Celly Campelo 

*São Paulo, 18/06/1942
+ Campinas, 04/03/2003
 
Nascida em São Paulo, Brasil, a 18 de Junho de 1942 (nesse mesmo dia nascia também Paul McCartney em Liverpool, Inglaterra), Celly Campello (de seu nome próprio Célia) foi a grande referência da música brasileira no período pré - Jovem Guarda (movimento que Roberto e Erasmo Carlos encetariam com estrondoso sucesso em 1963). Apenas com 16 anos gravaria um primeiro tema (“Handsome Boy”) num compacto de 78 rpm a meias com o seu irmão, Tony Campello (tudo porque a letra da canção não se prestava a uma interpretação masculina). Seis meses depois, em Março de 1959, viria a gravar a canção que a tornou famosa de um dia para o outro: “Estúpido Cupido”, a versão de Fred Jorge para “Stupid Cupid”, de Neil Sedaka e Howard Greenfield (o disco vendeu mais de 120.000 cópias, quebrando todos os recordes da época). Até o expoente máximo da bossa nova se rendeu aos seus encantos. «É uma moça que sabe usar com grande tarimba seu afiado aparelho vocal», disse Tom Jobim.

Nos 3 anos seguintes Celly Campello criou as raízes da futura pop brasileira através da gravação de 5 albuns fundamentais: “Estúpido Cupido” (Setembro de 1959), “Broto Certinho” (Abril de 1960), “A Bonequinha Que Canta”, Novembro de 1960), “A Graça de Celly Campello e as Músicas de Paul Anka” (Abril de 1961) e “Brotinho Encantador” (Outubro de 1961).
Na onda da inocência feminina daqueles anos, Celly cantou ingenuidades como "Túnel do Amor", "Lacinhos Cor-de-Rosa", “A Lenda da Conchinha” ou "Os Mandamentos do Broto", em oposição à rebeldia do rock masculino. Era tão popular que inspirou uma fábrica de brinquedos a criar uma boneca com o seu nome e outra de chocolates a lançar o bombom Cupido. Foi ainda o pivot do programa Crush em Hi-Fi, o primeiro da TV brasileira dedicado ao rock. Apelidada de namoradinha do Brasil (muito antes, portanto, de Elis Regina ter direito a essa distinção), foi eleita em 1961 como a Rainha do Rock (o rei seria Sergio Murillo) pela “Revista do Rock”.


Em janeiro de 1962 Celly abalou os fãs anunciando o seu casamento com José Edwards Gomes Chacon, um contador da Petrobras com quem namorava desde os 14 anos, e a consequente decisão de abandonar a vida artística. O casamento ocorreu na cidade de São Paulo no dia 7 de maio de 1962, passando Celly a chamar-se Célia Campello Gomes Chacon, e encetando assim uma viragem radical na sua vida.
Encantada com a vida pacata do interior, Celly referia-se mais tarde aos anos de fama sem arrependimento. Ocupava-se com pinturas, colaborando com obras assistenciais, cuidando dos dois filhos e dos dois netos ao lado do marido, com quem viveu até o fim. O irmão Tony Campello, que a introduziu no mundo artístico, acha que a cantora deveria ter continuado a gravar, mas respeitou sua decisão. "Ela viveu em paz, encontrou a felicidade pessoal dessa maneira", diz.

Em 1965, Celly foi sondada para apresentar o programa Jovem Guarda, com Roberto e Erasmo Carlos. Declinou o convite, abrindo o caminho para o estrelato de Wanderléa. A última volta de Celly aos palcos foi breve, em 1976, quando a Rede Globo lançou a novela Estúpido Cupido e a convidou para alguns episódios, interpretando-se a ela própria. Gravou ainda mais 2 albuns (um em 68 e outro em 76) e alguns compactos mas, claro, sem o sucesso do início da década: a voz continuava óptima, mas os tempos, esses, tinham mudado definitivamente.

Morreu em Campinas, cidade paulista onde residia, numa terça-feira de Carnaval, a 4 de Março de 2003, vítima do cancro detectado sete anos antes na mama direita. Os anos de tratamento reduziram o avanço da doença, mas não impediram a metástase óssea que acabaria por lhe tirar a vida. Celly tinha 60 anos de idade.

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